A Lenda das Montanhas Zen - Brandr!!

Os dias têm sido intensos na pacata comunidade nascente de Lakeheaven. Um agrupamento de casas e assentamentos vindos de várias regiões.
A crescente comunidade recebia a cada dia família inteiras, e a região, de difícil defesa, era constantemente patrulhada dia-e-noite por soldados anões de Gauntlgryn, e mercenários nortistas cujas famílias por ali se estabeleciam.

Às margens do Lado, Brandr viu de tudo nos últimos dias, até mesmo o surgimento de um enorme navio, um galeão surgido de baixo das águas e que, diziam os rumores, seria capaz de voar.
Ele apareceu trazendo um enorme contingente de elfos que rapidamente se espalharam pela montanhas, "caçando inimigos", muitos disseram. Na verdade, parecia mais uma intrincada operação de reconhecimento.

Mas as atenções de Brandr estavam apontadas para outra direção.
No pequeno santuário a nenhum Deus construído na comunidade nascente de LakeHeaven, onde vivia Wong, um monge mulhorandi e seus seguidores mais próximos. Um monge que, apesar das maneiras agressivas e palavras duras, pregava paz e equilíbrio naquelas terras.
Foi dele a iniciativa de proibir a construção de templos ou altares ali, senão aqueles carregados e protegidos pelas famílias assentadas.

Mas de uns tempos pra cá, Wong tem se tornado cada vez mais recluso. Não tem sido visto nos seus habituais passeios pelo lago, sempre recluso e meditativo. Mas as más línguas dizem tê-lo visto perambulando à noite, completamente fora de si, lutando contra forças invisíveis que só existiam dentro de sua cabeça.

Há quem diga que o experiente monge estivesse enlouquecendo. Em sua última incursão, dizem que visitou o inferno através de um portal que deveria desativar, mas que acabou atravessando, vendo horrores indescritíveis e voltando, trazendo-os em seus pesadelos.

Um dia, Brandr testemunhou uma discussão nas portas do santuário, onde estava hospedado junto a outros monges viajantes.
Um monge anão, vindo das montanhas, tentou a todo custo visitar Wong, sendo proibido por seus seguidores.
Depois de muito debaterem, Brandr, estrategicamente "posicionado" e ouvindo parte da conversa, descobre que o monge anão se chama "Jhor", e foi informado dos terríveis pesadelos que perturbavam o juízo do monge, razão de sua reclusão.



O monge anão trouxe rumores dos picos elevados que falavam de um monge realmente velho, que teria interagido até mesmo com os deuses nos Tempos da Perturbação, e propõe uma busca ao velho mestre numa tentativa de ajudar Wong a não sucumbir à loucura.

Brandr sabia que era uma chance única de encontrar monges realmente experientes, mas primeiro, precisaria se juntar a este pequeno grupo em sua busca.

Jhor retribui o cumprimento, assumindo uma postura mais calma. Ele diz:
- Folgo em ver que aqui não há somente frouxos e conformados. Será bem vindo... er... o que quer que você seja. Está bem longe de casa.

O anão diz:
- De manhã. Não confio nas noites de uma terra infestada de goblinoides. Descance, amigo. E ao amanhecer, nossos pés vão começar a andar.

Ele faz uma reverência respeitosa, um misto de curiosidade e cansaço, e segue rumo aos dormitórios.

Brandr passa a noite tranquila, senão pelo que pareceram passos de batedores aqui e ali.
Sabia que o Lago ainda era um território vasto e patrulhado.
De seu esconderijo, pôde ver um pequeno grupo de elfos passar apressados. Apenas um dos 5 estava com o arco a postos. Os outros portavam apenas espadas, todas embainhadas.

Faziam uma rápida varredura do ambiente, até sumir de vista. Não sabia se o tinham encontrado, ou passado direto por você.

Anotações feitas, Brandr logo retoma o descanso, despertando com tranquilidade pela manhã.
O Sol se levantava preguiçoso acima das montanhas, e o ambiente era inundado por uma luz calma.

Brandr refaz o caminho até o santuário onde Jhor parecia aguardá-lo.
Ali, outros dois jovens acólitos esperavam.

Depois dos cumprimentos, Jhor passa a mão na sua cabeça, dizendo:
- Isso, gatinho. Sorte aos que precisarem. Aos demais, o sucesso de seu talento. Nossa meta é explorar e desvendar os labirintos dos Mestres das Montanhas. Podemos nos perder, mas enquanto formos dignos e leais em nosso propósito, nunca estaremos perdidos.

Ele, que segurava a grande espada de ferro, como na imagem, dá duas batidas com a ponta do cabo na pedra, e começa a andar primeiro para o lago, depois se desviando na direção das montanhas.
Ele fecha o casaco e diz:
- Preparem-se para o frio, senhores. a marcha será dura, e as temperaturas, cada vez mais baixas.

Um grupo se forma, 4 monges seguindo o caminho para as montanhas. Contornarão boa parte do lago em solo conhecido, à exceção de algumas trilhas recém descobertas, usadas por pessoas desconhecida.
Batedores rondavam seu entorno, sem saber se seriam amigos ou inimigos próximos demais.

Horas depois, Jhor tira da bolsa um pequeno mapa dobrado, que abre consultando as montanhas.
Imediatamente Brandr percebe um padrão de zigue-zague desenhado no rodapé da folha, e que de tanto Jhor o apontar para as montanhas, descobre tratar-se  de alguns picos alinhados.
Talvez a indicação do caminho rumo ao Mestre.

Mas Brandr, que tem olhos um pouco mais perspicazes, percebe uma pedra incomum. Disfarçado em saliência, parecia mais uma lamparina de pedra.
Talvez, algo propositalmente deixado a algum viajante noturno.

Os jovens acólitos se espantam com a beleza do trabalho, embora por suas caras, não pareciam de fato saber o que estavam vendo.

Jhor, por outro lado, se ilumina ao dizer:
- MIL orcs me mordam. Há tempos não via esta arte. Ótimos olhos, mestre Brandr. Estas lanternas são antigas. Em minha cidade-natal elas serviam de guia pelos caminhos das montanhas, protegidas da chuva, lanternas que não se apagariam tão facilmente. E alguns templos ainda mais afastados as usam, alimentadas por magia, para guiar (ou afastar) visitantes.

Percebendo sua curiosidade pelo mapa, Jhor o deixa com você, dizendo:
- É só uma pista que recebi. Na verdade, eu o comprei de um bardo a algum tempo. nem sei se é verdadeiro. Mas então Dúrven, um bardo local, me confirmou que há mesmo um mestre nestas montanhas. Lógico que isto não quer dizer que o mapa seja real. Mas melhora suas chances. E agora você encontra estas lanternas...

Ele para a frase no meio.

Jhor diz, ressabiado:
- Contanto que sejam lanternas de boas findas e não aquelas enfeitiçadas para nos afastar do caminho.

Um dos acólitos, que se adiantou no caminho, diz:
- Encontrei mais uma. E elas continuam.

Ele aponta para o alto.

Jhor: De magias eu não sei, mas entendo um pouco sobre pessoas desconfiadas. Bem, vamos contar com a sorte. A subida não parece ser tão íngreme, afinal.

Juntando-se ao outro acólito, ele segue em direção ao primeiro.

A vista, conforme vão subindo, vai ficando cada vez mais espetacular.
Uma típica manhã nas montanhas. As cores da paisagem formando uma aquarela.

*Por antecipação, Brandr vai na frente. Ele sente falta das montanhas de sua terra natal, e imaginar a vista dali de cima estava o deixando ansioso*

*Ao ter uma distância razoável (mas que ainda dê visão dos jovens), ele senta em um pedaço mais estável e acende seu cachimbo, regulando sua respiração e fazendo uma breve meditação com aquela vista*

*Ele aguarda os outros se aproximarem, estendendo a mão para quem precisar, e tenta continuar procurando pelas lanternas*


[ps: Brandr tem velocidade de escalada, por isso ele sobe "de boa" sem precisar de teste; é como se fosse um movimento normal pra ele]

Brandr abre boa vantagem na subida íngreme. E passa outras 3 lanternas, que indicavam estar no caminho certo.
Quando enfim o trio o alcança, já era quase meio-dia.
Estavam num patamar nivelado, um ponto de observação, a julgar pela visão do lago abaixo.

Jhor dá de ombros e aceita.
A dupla, menos acostumada à escaladas, estava cansada, e um pequeno descanso não lhes cairia mal.

Assim, o quarteto come algumas provisões, apreciando o vento frio das montanhas, ao mesmo tempo que o espetáculo de cores se espalhava ao fundo.

[color=#606060]*Brandr bebe um pouco de seu vinho durante o curto descanso. Ele sempre tenta apreciar as coisas que não tinha em sua terra natal, mesmo já estando há anos no continente*

*Depois de ter dado "trabalho" pro resto do grupo, ele tenta ficar mais quieto, apenas falando algo quando vendo algo diferente (como as lanternas)*



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As cores do vale abaixo fascinavam, e provocavam discussões das mais filosoficas sobre o mundo, os deuses e toda a criação.

Então, você se distrai com algo.
Os olhos de Brandr vêem algo brilhando na trilha acima.