De volta às montanhas - Henri!!

Ao ouvir sua resposta dou uma risada de deboche e continuo:
- Ele é um amigo das árvores não é uma montanha que vai fazê-lo se perder, mas acho que você está com saudade do seu "Negrinho"!
Terminando de subir em Algoz e me concentrar na volta.
Como Algoz fico todo arrepiado com aquela poera e sensação!
- Que droga o que é isso agora?
Estico as costas e olho tentando enxergar algo diferente ou alguma forma de transpassar aquilo!
- Acho que teremos de contornar e ir para a Vila!

Um vulto enorme emerge da poeira, humanoide pálido e gigantesco.
Seria facilmente confundido com um gigante, em seus mais de 5m de altura. Mas o olhar vazio de morto-vivo, e o fato de ter outras 3 cabeças alinhadas no lugar do pescoço denunciavam a origem sobrenatural.
Assim que deixa a areia pra trás, olha imediatamente pra você, que é acometido por um mal-estar terrível.

Com o olhar assustado e sentindo o mal daquele ser que aparecia.
- Droga que merda é essa?
Ao terminar a frase aquele mal-estar já me deixava agoniado e com dificuldade em falar me agacho perto de Algoz e lutando contra aquilo.
- Corra o mais rápido que consiga, se não essa coisa vai nos....
Já perdia a voz e esperava que Algoz respondesse a aquilo.

Antes que terminasse, a coisa o agarra pelo colarinho, levantando-o à altura dos olhos vazios e apavorantes.
Ao mesmo tempo, as outras cabeças, como adereços macabros, sussurravam coisas do seu passado, segredos de sua infância, e de sua vida dupla atual.
Pessoas que feriu, amigos a quem deu as costas, mentiras que contou...
A cada palavra, sentia-se mais e mais pesado, o corpo paralisando com a culpa.

Aqueles olhos vazios me faziam lembravam os meus quando me olhava em um espelho qualquer....
Mas aquelas palavras sobre meu passado, minhas várias criações e personalidades, faziam com meu corpo pesasse, mas eram as minhas escolhas e não poderia voltar atrás, pois o passado não voltaria, porém o peso era incrível e aquela sensação deixava meu coração desolado!
Então minha alma se perdia em pensamentos e vagarosas lembranças, mas mesmo o peso e a dificuldade em soltar palavras ou me mexer, queria saber quem era aquele ser!
- Quem é você?..... Afinal das contas....

- Zen-ta-RIN!!

A boca se abre, capaz de engolir sua cabeça numa só mordida. Mas te solta, deixando-o cair dolorosamente.
Ele diz, a voz rancorosa:
- Você VIVE!!

Dando-lhe as costas, a criatura volta a caminhar em direção às brumas. Seu corpo tremia de calafrios, e demora a recuperar o controle.

Arregalando os olhos quando ele fala Zentarin, seria ele alguma criação nefasta daquele grupo?
Percebendo que seria engolido, apenas fecho os olhos e esperava a sensação de morte que estava por vir....
Sentindo os joelhos no chão o peso da queda e permanecendo com os olhos fechados, "Será que essa é a sensação de morte?"
Ao abrir os olhos, se lembra das palavras do monstro e então respirando fundo, mas ainda estava com os olhos marejados e sentindo que aquilo foi um golpe de sorte do destino e devia agradecer a Tymora pela dádiva de permanecer vivo e poder caçar aquela aberração!
Mas ainda paralisado e sem saber o que estava acontecendo no contexto geral, uma coisa lhe vem a cabeça... "Barduk perdeu a luta!", só então procura por Algoz (apenas movimentando a cabeça.
- Algoz.... Algozzz... Onde você está seu Worg Pulguento, preciso de sua ajuda!! (tom de voz tremulo ainda pelo ocorrido).

Algoz aparece do seu lado, dizendo:
- Típico dos elfos, acham que vêem em qualquer lugar e saem se enfiando no meio da neblina. Vamos voltar. Não dá pra continuar assim.

Ao ouvir a voz de Algoz e o que ele falava, fico sério e sem entender.
"Será que foi um sonho ou um encantamento?"

Então voltando a si, me levanto apoiando em Algoz e já subindo nele.
- Sim, me leve para Boven!

Montando novamente no worg, vocês seguem pelo caminho conhecido. Mas se surpreendem, depois de um bom tempo, chegando num local totalmente diferente.
Não eram as trilhas escarpadas de Boven, mas um terreno montanhoso de mata densa, uma pequena selva em meio às montanhas.

Algoz se arrepia: Inferno! Estamos na terra dos selvagens.

Mais recuperado daquilo que foi um "sonho" ou qualquer outra coisa que poderiam falar...
Mas não estava tão alerta quanto era necessário ao caminho que fazia com Algoz, sentindo seus pelos arrepiarem, fico preocupado afinal era um local que também não conhecia e de certa forma seria perigoso seguir por ali.
- Então, você não conhece esses caminhos selvagens? Se não temos que voltar e tentar encontrar outro caminho!

- Eu conheço só não gosto daqui. Com os Chamas eles não se metiam. Já nós, somos apenas dois intrusos.

Fico pensativo por alguns segundos e sem ter muito o que fazer, continuo a conversa com Algoz.
- Também não me sinto confortável em entrar nas terras selvagens, mas se queremos chegar até a vila vamos ter que nos arriscar!
- Vamos por um caminho mais furtivo, afinal você conhece.
Falo de maneira que pensasse de maneira desafiante!

- Olhos na Mata. Já nos viram. Agora é adentrar ou fugir.

Olha na mata para tentar ver os olhos que nos espiavam, só então continuo.
- Se não temos outro caminho vamos adentrar!

Henri vê um brilho rodeando uma moita. Como um vaga-lume ao redor da planta.

Curioso com aquela luz, seria um vagalume mesmo ou outro ser da natureza, então dos uns toques em Algoz e indico o local.
- Vamos até ali devagar!
A curiosidade para saber o que era aquilo!

Um cheiro podre toma o ambiente conforme se aproximavam da moita. Era de causar ânsia.
Algoz diz:
- Não sei o que é, mas não chego mais perto dessa coisa.

Fazendo cara de nojo e concordando com a cabeça com o Algoz, mas... puxo um pedaço da capa e coloco sobre o nariz para tentar diminuir a ansai que aquele cheiro causava!
- Mas eu vou olhar o que é essa nojeira... (Fazendo uma careta bem feia), qualquer coisa me cubra se algo vier nos atacar!
Então vou lentamente até o local que fedia mais que sei lá o que!

TUM!!

Algo o acerta com violência, vindo do flanco. Rápido demais pra ser notado, forte o bastante pra arrancá-lo do lombo de Algoz, jogando-o no chão e derrubando o worg.

AAAAAAAAAHHHHHHHH!!

Com um berro furioso, a figura horrenda, coberta de lama e folhas e mais fedorenta que a fossa de um antigo castelo frequentado por goblins desce o machado bem ao lado de sua cabeça.
Então, com os olhos ainda esbugalhados, aquilo diz, num tom incomodado:
- VOCÊ NÃO É UM ORC. POR QUE ANDA COMO UM?

Algoz pragueja, e logo se assusta vendo do que se tratava. ele se encolhe, hesitando até mesmo grunhir.

Ainda meio atordoado e com os mesmos olhos esbugalhados que o ser (o que era?), mas ainda de susto e receio do que a opção daquele que desce o machado e aquele cheiro horroroso!
- QUE MANÉ ORC, ESTÁ DOIDO, SOU HUMANO E BEM HUMANO, NÃO SOU VERDE E NEM FEDIDO PRA SER UM ORC!
- PRECISO CHEGAR NA VILA!
Fico ali apreensivo e ao mesmo tempo preparado pra me defender caso seja necessário!

A "coisa" se afasta, e fala com uma voz de anão:
- Verde você é, e fede quase tanto quanto eu. Só não tem o prazer de carregar as tripas de seus inimigos pra oferecê-las aos cães do inferno que os servem.

Uma mão calejada atira um pedaço de carne escurecida para Algoz, que recua, horrorizado:
- URGH!! Não sabe que orcs são amargos? Não vou comer isso.

Anão: HAHAHAHAHA!! Maricas!!

Com um tranco, ele o coloca em pé, dizendo:
- Não dá pra nadar nesta magia. Tem que dar a volta. dias de atraso pela segurança de uma viagem amarga. E se tiver sorte, algumas cabeças inimigas no caminho pra achatar.

Ele começa a tirar pedaços de galho e folhas amarradas ao corpo, revelando o horroroso semblante de battlerager. Seu fedor devia-se ao sangue e tripas espalhados na pele.

Bhark nunca foi conhecido por gostar de se banhar.
- E então, Mestiço. Vai me ajudar a achar o General ou vamos nos separar de novo?

Continuo com a expressão de nojo e levando aquele tranco pra ficar de pé apenas me firmo bem os pés no chão!
- Isso não dá pra comer mesmo!

Passando a mão sobre o corpo tentando tirar um pouco da sujeira que provavelmente tinha deixado (principalmente as tripas o sangue iria espalhar mais!).
- É isso mesmo que eu estava tentando fazer, mas o caminho que subi foi bloqueado por uma nuvem de areia!
- Não vamos perder tempo aqui, temos que correr, Algoz conhece a floresta e nos guiará até a vila!
Indo de encontro ao Worg e pedindo permissão para subir e continuar o caminho!
- Vamos Bhark!

Algoz deixa-se montar por Henri, mas corre na dianteira de Bhark, antes que o battlerager tivesse a pífia idéia de subir.
Mas não demora e o anão ressurge na trilha, correndo em seu encalço. Ele entendia ter sido alguma brincadeira, deixá-lo pra trás. Queiram os deuses que ele não pense que Algoz o fez de propósito.

Bem mais à frente, avistam uma pequena cabana na beira da estrada, e diante dela estava o General e um rapaz com as vestes dos Magos de Guerra do Reino.

Segue no tópico de Barduk.